SEM ROCA NEM FUSO

(Ronaldo Monte de Almeida - Tecelagem Noturna)
cada roca tem seu fuso
cada terra tem seu uso
cada porca um parafuso
cada claro o seu confuso
cada certo um obtuso
cada festa seu intruso
até que um dia as rimas se acabam
a métrica perde sua função
e as coisas deixam de ser tão certas
como até então deixavam transparecer.

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